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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Para analistas, novo líder pode aproximar França do Brasil

A eleição do socialista François Hollande à presidência da França pode aproximar as relações do país com o Brasil, sem que haja, no entanto, mudanças em relação a temas polêmicos, como a agricultura, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
Para o cientista político Stéphane Montclaire, da Universidade Sorbonne, Hollande deverá buscar apoio de grandes emergentes, como o Brasil, para tentar convencer a Alemanha a revisar o pacto fiscal europeu e incluir medidas de estímulo ao crescimento econômico.
'As críticas da presidente Dilma Roussef e de Hollande sobre as políticas de austeridade na Europa para superar a crise são muito semelhantes', diz Montclaire.
A presidente brasileira declarou várias vezes que 'simples medidas de austeridade e consolidação fiscal não permitirão superar a crise na zona do euro' e que também são necessárias políticas de expansão dos investimentos no continente.
Esse é exatamente o mesmo argumento de Hollande. Em seu primeiro discurso no domingo, o presidente eleito afirmou que 'a austeridade não pode mais ser uma fatalidade na Europa'.
'Hollande vai precisar demonstrar que as propostas da França também têm apoio fora da União Europeia por parte de países com peso no cenário econômico internacional', diz ele.
'O Brasil também precisa de uma Europa forte para exportar seus produtos. Poderá haver nessa questão um ponto de convergência entre os dois países', diz o cientista político.
Segundo Montclaire, a aproximação maior entre o Brasil e a França será por razões estratégicas e irá facilitar relações que já são 'muito boas'.
O presidente Nicolas Sarkozy, que ficará no cargo até 15 de maio, havia firmado com o Brasil, no final de 2008, uma parceria estratégica que prevê cooperações em várias áreas, sendo a mais importante a da Defesa.