Para o governador, a aprovação da lei e a declaração de ilegalidade do movimento feita pela Justiça justificam a retomada imediata das atividades nas escolas públicas da Bahia. Ele apela para o retorno dos servidores ao serviço, indicando que o atual orçamento não sustenta o reajuste pedido.
"O que eu peço aos professores e à sua representação, que suspenderam e foram para a greve, eles sabedores que o orçamento do estado está extremamente apertado. Eu não tenho espaço fiscal para, este ano, ir além do que aquilo que já está consagrado na lei. Vamos voltar às aulas para não criar um prejuízo muito maior para a parte mais humilde da população que depende da escola pública e óbvio que o diálogo está aberto", argumenta. Cerca de um milhão de crianças e adolescentes estão sem aulas.
Um novo encontro da categoria está previsto para segunda-feira (7). Antes, no domingo (6), os professores distribuirão uma carta à comunidade nas proximidades do estádio de Pituaçu, onde será realizado o clássico do futebol baiano BAVI.
Reivindicações
Os professores querem reajuste de 22,22% no piso nacional. Eles alegam que o governo fez acordo com a categoria que garantia os valores do piso nacional, ocorrido em novembro do ano passado, e depois ignorou, mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. No dia 25 de abril, os deputados aprovaram o projeto enviado pelo executivo que garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio.
A greve já foi considerada ilegal pela Justiça e o governo já disse que vai cortar o ponto dos grevistas, caso eles não voltem ao serviço. O departamento jurídico do sindicato da categoria (APLB) deu entrada em uma ação com pedido de liminar à Justiça na tentativa de derrubar a ordem que impõe multa diária de R$ 50 mil até encerramento da greve. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Rui Oliveira, se houver corte dos salários, os professores não vão repor as aulas perdidas durante a paralisação. O Ministério Público fez uma reunião no dia 24 de abril e se colocou à disposição para mediar o impasse entre a categoria e o governo.
Para o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, o orçamento do estado não permite que seja cumprido o aumento exigido. "O estado não suporta no orçamento reajuste de 22,22%. O orçamento do estado também é para fazer escolas, fazer postos de saúde, poços artesianos, recuperar estradas. Não pode ser apenas para os servidores", afirma. Já o deputado Paulo Azi (DEM-BA) avalia que a postura de negar o reajuste pode ocasionar a radicalização do movimento.