Se as chuvas não retornarem ao nível normal no Brasil até
o fim de janeiro, será preciso acender o “sinal amarelo” das geradoras de
energia. Foi o que previu, nesta segunda feira (7), o presidente da Associação
Brasileira de Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva.
Segundo ele, o governo terá que tomar sérias
providências, caso o volume das chuvas continue abaixo do normal para o mês,
que costuma ser o mais úmido do ano no Brasil. "Isso não quer dizer que
haverá racionamento. Há outras medidas para serem adotadas pelo lado da
demanda, como o despacho de térmicas mais caras, uso de gás", citou.
As alternativas, porém, segundo o executivo, têm custo
elevado e podem causar impacto nas tarifas. “O que acontecer em janeiro em
termos de hidrologia vai definir a condição do sistema", frisou Neiva, que
ainda colocou em dúvida o futuro da medida prometida pela presidente Dilma
Rousseff, que garante o corte de 20,2% nas contas de luz.
Segundo ele, o cumprimento da proposta já foi prejudicado
pelo uso das térmicas, decorrente da falta de chuvas. O presidente da Abrage
explicou que, se de um lado a energia gerada pelas hidrelétricas ficará mais
barata, o uso intensivo das usinas térmicas irá elevar o custo da eletricidade.
O Tesouro Nacional já se prontificou a desembolsar de R$
2 bilhões a R$ 3 bilhões para assegurar a redução da tarifa mas, de acordo com
Neiva, não será o bastante. “Nem mesmo a ajuda dos cofres federais será
suficiente para garantir a redução”, disse. “Eu duvido que o governo vá
subsidiar o uso de combustíveis. É coisa de uns R$ 500 milhões a R$ 600 milhões
por mês", calculou. (Fonte: Agência Estado).